O Sindicato Rural de Primavera do Leste vem a público apresentar seu descontentamento e indignação quanto à notificação conjunta entre Ministério Público Federal e Ministério Público do Estado de Mato Grosso, que recomenda a manutenção do calendário de plantio de soja no Estado, contrariando estudos e publicações científicas que comprovam a ineficiência desse calendário proposto, no que se refere à longevidade de moléculas e ao controle da Ferrugem Asiática.

Destacamos que a recomendação proposta está em desconformidade ao calendário adotado pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento, o qual propôs que o plantio e a semeadura de soja em Mato Grosso sejam estendidos em 34 dias, com início em 16/09/2021 e término em 03/02/2022.

Caso acatado o calendário apresentado pelo MPF e MPMT esse período ficará reduzido entre 16/09 a 31/12, o que impactaria na perda de eficiência dos fungicidas além de aumentar o custo de produção a pequenos e médios produtores. Esses, com base em notas regulamentadoras buscam a sustentabilidade de sua lavoura, produzindo as sementes que irão utilizar na próxima safra, garantindo a variedade e qualidade que o produtor escolher.

Diante dessas informações e tendo como referência, o “Estudo de Severidade da Ferrugem Asiática na Soja Semeada em Dezembro e Fevereiro no Estado de Mato Grosso”, desenvolvido por diversos Institutos Universidades e Fundações como:  Instituto Agris RS, Bioagro – UFV, ESALQ, UFMG, e Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde, que comprovam que a redução de 30% de uso de fungicidas em lavouras quando plantado em fevereiro, somos favoráveis ao calendário definido pelo MAPA.

Diante disso solicitamos publicamente que as instituições FAMATO e APROSOJA MT intercedam junto aos órgãos competentes do Estado de Mato Grosso, para que seja mantido o calendário proposto pelo MAPA, que irá promover a sustentabilidade para o controle da ferrugem asiática neste Estado.

Marcos Roberto Bravin
Presidente Sindicato Rural de Primavera do Leste / MT